sábado, 30 de maio de 2009

Um pouco menos de paciência

eu tinha uma paciência infinita
e uma ansiedade maior ainda
engraçado
à medida em que a ansiedade diminui
a paciência também
parece que a paciência tá acabando
e a ansiedade também
não sei se é bom
não sei se é ruim
mas lá se vai minha paciência
e lá vem minha braveza
minha beleza
minha serenidade
acho que é bom
só dá dó dos folgados
e abusadores de minha paciência
tão mal acostumados...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pós quali...

manhã de chuva
na quarta das feiras
semana cansada
de tantas semanas
de tanta viagem
de tanta leitura
de tanta reforma
de tanto namoro antigo

quarta que flui
e só quero terminar logo isso
e viver aqui nas pousadinhas que criei

e cozinhar sempre
e rir com amigos
e ter meu filho perto de mim
e meu namorado
longe e perto assim
bem do jeito que eu gosto
e finjo não gostar
de ser
eu sozinha
mas acompanhada
de todos os que eu amo
e me deixo amar...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

... sobre a paixão ( Foucault by Deleuze)

"De fato, uma terrível fraternidade de alma, algo que não é mais inteiramente humano (quem é ele? Um lobo...)" (Conversações, p. 144)

terça-feira, 19 de maio de 2009

do casulo ao ar...

numa intimidade aquática e leve
de amor em mim
rompi com o casulo terráqueo
e me deixei voar
pelas asas que só a metamorfose
do ar
poderia me conduzir

já não sou mais nós
sou eu e tudo
o todo indivísivell
que rompe com a ilusão
do dois

já não sou mais nós dois
sou o que você pedia
e eu, apegada aos sonhos
protelava pra depois

num ato de amor em mim
me fiz amor no mundo
e, indo tão razo
vislumbrei o fundo!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ufa!

consegui
atravessei
fiz, finalmente, a passagem

saí da transcendência de um grande amor
e mergulhei
na luminosa imanência do Amor Grande
infinito
universal

Aprendi a nadar
no nada
a voar
no tudo

a Ser
desisti de existir
de viver na sobre-vivência
escolho a intra-vivência
onde não se vive a vida
mas se é vivido por ela

relaxei
e permito-me habitar
por devires
que me transportam
para onde
eu sempre estive
sem estar.